Lorena Travassos Lorena Travassos

Feminismo ou morte

O Iluminismo e a Revolução Francesa deram luz ao surgimento do feminismo, mas também forneceram a sua primeira grande derrota.

Olympe de Gouges, à frente de uma companhia de teatro da época foi uma das vítimas. Ela utilizava suas peças, panfletos e até cartazes que mandava espalhar pela cidade para debater tais tópicos. Ela escreveu em seu mais famoso panfleto, Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã , em 1791:

“Ó mulheres! Mulheres, quando deixareis vós de ser cegas?

Tal conclamação vinha como resposta direta ao documento símbolo da revolução francesa, “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” que em 1789 praticamente nada dizia sobre as desigualdades e os direitos do sexo feminino.

Ela não se limitou a criticar o antigo regime ao longo da revolução, mas também expôs e atacou os excessos e as injustiças do novo regime – inclusive falou contra os líderes dos Jacobinos, Jean-Paul Marat e Maximilian de Robespierre, que governaram a França entre 1792 e 1794.

Robespierre entretanto não perdoou sua ousadia e a condenou à morte, sem direito à defesa ou sequer um advogado, por questionar os valores republicanos.

Olympe foi levada à guilhotina 18 dias depois da rainha Maria Antonieta, em 3 de novembro de 1793. Antes de ser morta, no entanto, Olympe ainda mostrou uma última vez sua coragem, bradando uma frase de seus panfletos:

“Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”.

Após emitir tal afirmação, Olympe foi decapitada pela guilhotina. Mais de dois séculos depois torna-se um símbolo da luta feminista, ganhando um busto como personagem histórica na Assembleia Nacional francesa, em Paris.

Graças à Olympe de Gouges os movimentos feministas começaram a fervilhar na Europa.

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