ANTOLOGIA DO CONTO ERÓTICO BRASILEIRO

€ 22,90

Eliane Robert Moraes (COORD.)

Ao percorrer as prosas breves de escritores tão distintos como Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeida, Lima Barreto, Mário de Andrade, João do Rio, Graciliano Ramos, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Sérgio Sant’Anna, Silviano Santiago, Ana Miranda, Reinaldo Moraes ou Amara Moira, impõe‑se uma conclusão: o corpo erótico só se revela na qualidade de incógnita.

Assim, esta Antologia do Conto Erótico Brasileiro, organizada por Eliane Robert Moraes, reunindo 59 textos escritos entre 1886 e 2023, é menos uma reunião de saberes sobre a sexualidade do que um conjunto de interrogações ao fundo opaco da matéria erótica. Se a promessa de tudo dizer repousa no horizonte de cada um dos contos deste volume — seja pela alusão ou quando se expõe o corpo sem mais —, é sobretudo como traço espectral da ficção sexual que ela se afirma. Vale dizer: como pura fantasia.

«Ainda que o erotismo seja um objeto privilegiado dos discursos que prometem dizer e mostrar tudo, nenhuma verdade consegue se sustentar em domínio tão penumbroso. Não há luz que esgote a densidade dessa estranha noite, assim como não há expressões adequadas para nomeá‑la, como dão prova certos termos esquivos praticados na língua portuguesa falada no Brasil, como ‘aquilo’, ‘troço’, ‘treco’, ‘negócio’ e, sobretudo, ‘coisa’. Sendo uma palavra que pode dizer tudo e não dizer nada, ‘coisa’ se credencia como o significante perfeito daquilo que constitui um saber negativo, limitado exclusivamente ao que não se sabe. Uma vez integrada a um determinado vocabulário erótico, porém, ela adquire uma curiosa positividade, que decorre mais da oscilação de sentidos do que de sua afirmativa.»

— Eliane Robert Moraes

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Ao percorrer as prosas breves de escritores tão distintos como Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeida, Lima Barreto, Mário de Andrade, João do Rio, Graciliano Ramos, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Sérgio Sant’Anna, Silviano Santiago, Ana Miranda, Reinaldo Moraes ou Amara Moira, impõe‑se uma conclusão: o corpo erótico só se revela na qualidade de incógnita.

Assim, esta Antologia do Conto Erótico Brasileiro, organizada por Eliane Robert Moraes, reunindo 59 textos escritos entre 1886 e 2023, é menos uma reunião de saberes sobre a sexualidade do que um conjunto de interrogações ao fundo opaco da matéria erótica. Se a promessa de tudo dizer repousa no horizonte de cada um dos contos deste volume — seja pela alusão ou quando se expõe o corpo sem mais —, é sobretudo como traço espectral da ficção sexual que ela se afirma. Vale dizer: como pura fantasia.

«Ainda que o erotismo seja um objeto privilegiado dos discursos que prometem dizer e mostrar tudo, nenhuma verdade consegue se sustentar em domínio tão penumbroso. Não há luz que esgote a densidade dessa estranha noite, assim como não há expressões adequadas para nomeá‑la, como dão prova certos termos esquivos praticados na língua portuguesa falada no Brasil, como ‘aquilo’, ‘troço’, ‘treco’, ‘negócio’ e, sobretudo, ‘coisa’. Sendo uma palavra que pode dizer tudo e não dizer nada, ‘coisa’ se credencia como o significante perfeito daquilo que constitui um saber negativo, limitado exclusivamente ao que não se sabe. Uma vez integrada a um determinado vocabulário erótico, porém, ela adquire uma curiosa positividade, que decorre mais da oscilação de sentidos do que de sua afirmativa.»

— Eliane Robert Moraes

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Ao percorrer as prosas breves de escritores tão distintos como Machado de Assis, Júlia Lopes de Almeida, Lima Barreto, Mário de Andrade, João do Rio, Graciliano Ramos, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Sérgio Sant’Anna, Silviano Santiago, Ana Miranda, Reinaldo Moraes ou Amara Moira, impõe‑se uma conclusão: o corpo erótico só se revela na qualidade de incógnita.

Assim, esta Antologia do Conto Erótico Brasileiro, organizada por Eliane Robert Moraes, reunindo 59 textos escritos entre 1886 e 2023, é menos uma reunião de saberes sobre a sexualidade do que um conjunto de interrogações ao fundo opaco da matéria erótica. Se a promessa de tudo dizer repousa no horizonte de cada um dos contos deste volume — seja pela alusão ou quando se expõe o corpo sem mais —, é sobretudo como traço espectral da ficção sexual que ela se afirma. Vale dizer: como pura fantasia.

«Ainda que o erotismo seja um objeto privilegiado dos discursos que prometem dizer e mostrar tudo, nenhuma verdade consegue se sustentar em domínio tão penumbroso. Não há luz que esgote a densidade dessa estranha noite, assim como não há expressões adequadas para nomeá‑la, como dão prova certos termos esquivos praticados na língua portuguesa falada no Brasil, como ‘aquilo’, ‘troço’, ‘treco’, ‘negócio’ e, sobretudo, ‘coisa’. Sendo uma palavra que pode dizer tudo e não dizer nada, ‘coisa’ se credencia como o significante perfeito daquilo que constitui um saber negativo, limitado exclusivamente ao que não se sabe. Uma vez integrada a um determinado vocabulário erótico, porém, ela adquire uma curiosa positividade, que decorre mais da oscilação de sentidos do que de sua afirmativa.»

— Eliane Robert Moraes

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