Carta de amor ao pesadelo
Judite Canha Fernandes
Comecei por amar teu pau.
Via-o duro, na minha mão,
sucumbindo na minha língua.
Tu eras bonito, ainda assim.
Tinhas muitas cortinas
e uma espécie de véu noturno
que observava cuidadosamente
enquanto entravas na sala
com tuas pernas grandes.
Falávamos muito,
todos os dias tínhamos algo para dizer.
Comecei a adormecer com os bicos duros,
ouvindo teu cuspe em círculos:
“Poema poema poema”.
Judite Canha Fernandes
Comecei por amar teu pau.
Via-o duro, na minha mão,
sucumbindo na minha língua.
Tu eras bonito, ainda assim.
Tinhas muitas cortinas
e uma espécie de véu noturno
que observava cuidadosamente
enquanto entravas na sala
com tuas pernas grandes.
Falávamos muito,
todos os dias tínhamos algo para dizer.
Comecei a adormecer com os bicos duros,
ouvindo teu cuspe em círculos:
“Poema poema poema”.
Judite Canha Fernandes
Comecei por amar teu pau.
Via-o duro, na minha mão,
sucumbindo na minha língua.
Tu eras bonito, ainda assim.
Tinhas muitas cortinas
e uma espécie de véu noturno
que observava cuidadosamente
enquanto entravas na sala
com tuas pernas grandes.
Falávamos muito,
todos os dias tínhamos algo para dizer.
Comecei a adormecer com os bicos duros,
ouvindo teu cuspe em círculos:
“Poema poema poema”.