Vento leste «Luso-orientalismo(s)» nos filmes da ditadura
Maria do Carmo Piçarra
A filmografia sobre a «Ásia portuguesa» realizada em Portugal durante o Estado Novo é limitada. Além disso, quase toda esta filmografia apareceu tardiamente e projectou uma retórica luso-tropicalista que procurou propagandear a importância — mítica, porque já passada — de um império outrora vasto.
Durante a ditadura, as colónias orientais mantinham sobretudo um valor simbólico. Analisando a filmografia existente, Vento Leste propõe que a escassez de filmes sobre o «Oriente português» decorre sobretudo do valor simbólico destas comunidades imaginadas, evocadas com certa indefinição porque há muito que a relação da metrópole com as mesmas estava em desagregação, assentando sobretudo em projecções e ruínas.
Com o surgimento de tensões entre Portugal e a Índia quanto à autonomização da «Índia Portuguesa», a filmagem das colónias orientais surgiu sobretudo da necessidade de a ditadura sedimentar um discurso luso-orientalista que, não obstante, ignorou as especificidades locais e a miríade de diferenças entre a África e a Ásia e entre os territórios colonizados nessas regiões.
Maria do Carmo Piçarra
A filmografia sobre a «Ásia portuguesa» realizada em Portugal durante o Estado Novo é limitada. Além disso, quase toda esta filmografia apareceu tardiamente e projectou uma retórica luso-tropicalista que procurou propagandear a importância — mítica, porque já passada — de um império outrora vasto.
Durante a ditadura, as colónias orientais mantinham sobretudo um valor simbólico. Analisando a filmografia existente, Vento Leste propõe que a escassez de filmes sobre o «Oriente português» decorre sobretudo do valor simbólico destas comunidades imaginadas, evocadas com certa indefinição porque há muito que a relação da metrópole com as mesmas estava em desagregação, assentando sobretudo em projecções e ruínas.
Com o surgimento de tensões entre Portugal e a Índia quanto à autonomização da «Índia Portuguesa», a filmagem das colónias orientais surgiu sobretudo da necessidade de a ditadura sedimentar um discurso luso-orientalista que, não obstante, ignorou as especificidades locais e a miríade de diferenças entre a África e a Ásia e entre os territórios colonizados nessas regiões.
Maria do Carmo Piçarra
A filmografia sobre a «Ásia portuguesa» realizada em Portugal durante o Estado Novo é limitada. Além disso, quase toda esta filmografia apareceu tardiamente e projectou uma retórica luso-tropicalista que procurou propagandear a importância — mítica, porque já passada — de um império outrora vasto.
Durante a ditadura, as colónias orientais mantinham sobretudo um valor simbólico. Analisando a filmografia existente, Vento Leste propõe que a escassez de filmes sobre o «Oriente português» decorre sobretudo do valor simbólico destas comunidades imaginadas, evocadas com certa indefinição porque há muito que a relação da metrópole com as mesmas estava em desagregação, assentando sobretudo em projecções e ruínas.
Com o surgimento de tensões entre Portugal e a Índia quanto à autonomização da «Índia Portuguesa», a filmagem das colónias orientais surgiu sobretudo da necessidade de a ditadura sedimentar um discurso luso-orientalista que, não obstante, ignorou as especificidades locais e a miríade de diferenças entre a África e a Ásia e entre os territórios colonizados nessas regiões.